quarta-feira, 21 de dezembro de 2022

Olá Inverno, sorrio para ti



Inverno.
Estação feérica, gelada de melancolia.
Aural, diria.
Minimal, de poucas cores. Monocórdicas.

Árvores esqueléticas, vazias.
Ramos sós e enegrecidos. Excruciantes.
Folhas de Outono varridas do alcatrão.
Tempo que se arrasta e passos que se apressam.

Poesia fria de declamação lenta.
Palavras esparsas. Densas, acredito.
Neblinas desmaiadas. Espectros, pousados de inquietação.
Esperam pelo nada que os leve.

Noites curtas de neve, chuva que cai.
Lágrimas. Pesadas, escorrem nas janelas.
Confissões dormem na lareira que estala silêncios.
Vidas secundárias, pequenas, tiritam em cobertores. 
Sim, esquecidas.


Inkheart














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