terça-feira, 15 de novembro de 2022

hoje chegámos aos 8 mil milhões



8 mil milhões de almas a viver à face deste planeta, é o número que hoje simbolicamente atingimos.
Destes mil milhões que crescemos, a China contribuiu com cerca de 73 milhões de pessoas e a Índia com 177 milhões. Estes dois países representam aproximadamente um quarto do crescimento que hoje atingimos por volta das nove da manhã. Em média, a população humana está a crescer mil milhões em cada onze a doze anos.

Isto significa, de novo em média, maior esperança de vida, melhores cuidados médicos, melhor saneamento básico, melhor higiene pessoal, alimentação mais cuidada e de qualidade. Isto sem pensar no acesso a tecnologias.
Mas isto não é verdade. É o problema de falarmos de médias. O desequilíbrio é por demais evidente. 
O ocidente, onde as melhores condições de vida estão presentes, têm taxas de demografia negativas. São os que menos que contribuem para este crescimento populacional. Se pensarmos nos países que têm maiores taxas de filhos por mulher, maior taxa de fertilidade, vemos que estão concentrados nos países da África Subsariana e sul asiático. Países com baixos rendimentos PIB e rendimento per capita. Precisamente onde os principais de factores de crescimento que foram mencionados acima não estão presentes ou de muito difícil acesso generalizado.

Com 8 mil milhões de habitantes, uma questão se torna cada vez mais premente: como os alimentar? Como proteger o planeta?
Os recursos do planeta são paulatinamente, inexoravelmente, esgotados cada vez mais cedo. Chamam-lhe o dia da sobrecarga. O dia em que o planeta não mais consegue absorver o CO2 emitido pelos seres humanos. Este ano aconteceu a 28 de Julho. Em 2021, a 29 de Julho e no ano da pandemia (onde a actividade humana recuou significativamente), ocorreu a 22 de Agosto. Em cerca de vinte anos, o dia da sobrecarga recuou dois meses no calendário.
As soluções para diminuir esta sobrecarga do planeta, travar o impacto das alterações climáticas e tornar a actividade humana sustentável e sermos capazes de nos alimentar são bem conhecidas: fomentar a economia circular e local, alimentação baseada em vegetais, diminuição da actividade agropecuária (elevadas áreas de terrenos, elevados consumos de água e de emissões de CO2 e metano), a descarbonização da economia, reflorestação, ecoturismo, energias renováveis (e a aposta na fusão nuclear), diminuição da dependência e consumo de energias fósseis, o aumento da electrificação, aumento da eficiência energética das casas, aumento de tempos de vida útil de equipamentos electrónicos e da indústria da moda, etc.., etc..

Inevitavelmente o problema esbarra nos interesses do lobby petrolífero, no greenwashing (ecobranqueamento), no financiamento dos países mais poluidores (e cujo crescimento se baseou no petróleo) aos que menos poluem, pedindo-lhes, e bem, que não utilizem a vantagem desbragadamente poluidora da utilização de energias fósseis que os primeiros usufruíram durante largas décadas.

A 31 de Outubro de 2011, estávamos nos 7 mil milhões. Desde essa data tudo se manteve: os problemas e as soluções. O que aumentou para além dos números foi a urgência. Tudo se tornou ainda mais urgente. O ponto de não retorno, de rotura está cada vez mais próximo. Talvez irremediavelmente mais próximo.











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