quinta-feira, 12 de maio de 2022

temos aquilo que merecemos, que é muito pouco


A opacidade, a falta de respeito e de escrutínio no escândalo vergonhoso da câmara de Setúbal, e do seu presidente André Martins numa autarquia gerida pela CDU (que se mantém caladinha) que colocou a receber refugiados ucranianos nas mãos de russos pro-Kremlin.
O parlamento nacional suportado por uma conveniente maioria absoluta, que descuidadamente o povo portugês concedeu nas últimas eleições legislativas, chumba a audição e o inquérito do Primeiro Ministro para esclarecer quais as suas eventuais responsabilidades. 
O MAI que assobia para o lado, o possivelmente envolvimento do Alto Comissariado das Migrações que assume que foi avisado mas que afirma que não tem protocolos que ninguém sabe exactamente com quem e nem quais são, o CNPD que não se ouve falar e a irrelevância do "papagaio mor do reino", é revoltante.
Entretanto vão-se jogando com vidas desprotegidas e emocionalmente frágeis de refugiados que fugiram de um país selvaticamente invadido pela Rússia e que tem a conivência do partido comunista português (com a ajuda do parlamento socialista), o tal que gere a câmara de Setúbal que tem sido tão "amiga" dos ucranianos que acolheu.
Curiosamente, largos meses depois, ainda nada está decidido sobre o fornecimento de dados activistas anti-Putin por parte da câmara de Lisboa - na altura sob a égide do socialista Fernando Medina, outro amigo do peito de Costa - à Rússia. E alguém acredita que se irá decidir algo??

A nódoa que se chama Cabrita, que é muito amigo do Costa, safou-se das responsabilidades do acidente do carro que seguia em excesso de velocidade quando matou um trabalhador na A6. 
Por acaso o trabalhador atropelado não é amigo do Costa se fosse não teria morrido. 
Mais fácil e inócuo é culpar o motorista da nódoa, que certamente estava a seguir instruções da mesma. 
Na família do trabalhador morto pelo carro que onde nódoa ia é que ninguém pensa.

E agora a Temido num acto de pura epifania considerou que os abortos deviam ser contabilizados na avaliação da performance (com impacto salarial) dos médicos de família. Acredito que a Temido se esqueceu que era uma mulher e que esta decisão tinha impacto na saúde feminina e no direito das mesmas. Preferiu a penalização ao invés de apostar na melhoria do planeamento familiar. De qualquer forma, já retrocedeu na posição depois de toda a gente ter-lhe caído em cima. Menos mal.
Também num acto de raro iluminista decidiu que era tempo de acabar com a gratuidade dos testes covid nas farmácias. Numa altura em que se desenha a sexta vaga, e a obrigatoriedade das máscaras em espaços fechados cessou, esta foi uma decisão que revela um elevado sentido de oportunidade e de discernimento por parte da diligente ministra.

Sem esquecer a questão dos custos das energias, da forma como o governo lidou com o autovoucher (um absurdo político) e o patético pouco esforço em fazer baixar a factura dos combustíveis no bolso da população, com confusões com ISP, ASAE, gasolineiras, termos que olhar para facturas e outros que tais.

Isabel Meireles, antiga vice-presidente do PSD, na noite desastrosa noite eleitoral das legislativas, disse que “o povo português falhou, que preferiram acreditar na falácia da mentira do Doutor António Costa.” Acreditava igualmente que as promessas eleitorais do Costa nunca se iriam concretizar. Apesar de serem sábias e óbvias palavras, elas vêem de alguém cujo partido que não soube ser capaz de fazer melhor que o PS.
Mesmo na altura das eleições em que já era tão necessário que houvesse bom senso, diálogos e escrutínio público, nós fomos dar poderes absolutistas a primeiro ministro chico esperto.
Temos aquilo que merecemos, que é muito pouco.




Sem comentários:

Enviar um comentário