terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

(a escassez da) água


Insensibilidade ocidental. A facilidade não valorizada de abrir uma torneira e sair água a bel prazer.
E quando esta falta é um coro de protestos, que é inadmissível que falte água.

Quase todos nós devíamos cruzar, viajar pela África, a dita África negra para percebermos o que é viver sem água: Etiópia, Quénia, Tanzânia, Uganda, Namibia, África do Sul, Zimbabwe e por aí fora.
O que é ver pessoas a caminhar em linha ao longo de estradas poeirentas, carregar bidões amarelos cheios de água, provavelmente não potável, equilibrados sobre a cabeça e mais um num braço, durante quilómetros para percebermos que é praticamente criminoso lavar um carro que não tem alma nem sente emoções, levianamente desperdiçar água num campo de golfe cuja área poderia facilmente alimentar dezenas de pessoas, belos tapetes relvados em jardins para satisfação do ego do seu proprietário.
Que a fonte de água a que recorrem provavelmente estará estagnada e que potencialmente será fonte de cólera, disenteria, febre tifóide e hepatite. Sem mencionar a possibilidade de contrair malária, dengue, zika entre outras doenças.

Quando alguém estiver a gastar dezenas de litros de água para lavar um carro, que se lembre disto enquanto o faz.
Só 2.5% da água de todo o planeta é doce e portanto está apta para consumo humano. Além de um recurso escasso, cada vez mais escasso, está muito longe de estar acessível para todos.








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