Atentem na forma como a guitarra é tocada. Toda ela é vibrante, expressiva, cheia emoção.
Não é explosiva mas está longe de ser contida. Tudo o que lhe vai na alma vem cá para fora: raiva, lamento, dor, incompreensão, saudade. Nada fica por dizer.
O piano quando faz ouvir a sua voz, diz-nos para além de qualquer dúvida que está ao lado da guitarra. Que esta não está sozinha. Que há compreensão e partilha de sentimentos entre os instrumentos.
A voz de Mighty Sam McClain conta a história da perda e o esvair de um amor, as costas que se viram, a perda do que já não volta e a crença, a esperança, que o amor volte quando a dor passar. Que haverá um amanhã.
A sua voz e a voz da guitarra são uníssonos, sentem o mesmo e vêm do mesmo lugar: do coração e da alma. Ambos choram, resignam-se e acreditam. Neles não há superficialidade.
Os blues cantam isto tudo. É esta vivência visceral da dor, do destino, da fatalidade, do que se perde entre os dedos, que os tornam tão fascinantes.
É por isto que gosto tanto de blues. E de Mighty Sam McClain.
Não sei se gosto mais do texto ou da música...empate técnico e a saborear sem moderação. Ambos! ❤️
ResponderEliminardefinitivamente mais pela música ;)
Eliminar💫 >🌟🌟🌟<🌌
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