É de longe meu sax tenorista preferido e considero-o superior a John Coltrane. Blasfémia, dirão muitos, paciência.
Começou por desejar em ser cantor (???) mas quando ouviu pela primeira vez Charlie Parker, decidiu tornar-se saxofonista e pediu um alto aos pais. Ufff!!
Dois outros saxofonistas que iriam influenciá-lo seriam os incontornáveis e geniais Ornette Coleman (sax alto) e John Coltrane (sax tenor). Foi com Coltrane que o norte-americano Charles Lloyd decidiu abraçar o saxofone tenor.
Há uma interioridade imensa na música de Charles Lloyd. Uma sabedoria muito grande.
É um filósofo, reflecte e faz-nos reflectir. Conversa connosco. Traz-nos para o seu mundo encantado.
Tem uma ligação íntima, sincera com o saxofone, profundamente espiritual.
É um dos poucos músicos que é fácil reconhecer assim que as primeiras notas soam.
Há uma luminosidade muito grande na sua música, cheia de vibrações positivas.
Ela é muito protectora e extremamente pacificadora. Tem aquela capacidade maravilhosa de abrandar, amansar os demónios que nos devastam. Cada peça dele, faz-nos atrair como uma traça para luz.
Tenho vários álbuns deste gigante do jazz. The Call; Canto; Notes from Big Sur; Mirror ou Water is Wide, são os mais solicitados, são aqueles que mais se ouvem na minha sala, principalmente ao longo dos meus sábados.
Escolher uma música de Charles Lloyd para o dia mundial do Jazz é-me particularmente difícil.
Um dos álbuns que não estão mencionados como sendo um dos meus favoritos é Lift Every Voice.
Este duplo álbum foi escrito depois da tragédia do 11 de Setembro de 2001.
O tema que escolho para este fim de semana é a segunda música do primeiro cd deste álbum. Será ela que vai ilustrar este dia tão especial para mim.
Mas o post foi escrito ao som de Mirror ;)
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