quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

asas negras



asas negras




em noite de breu escurecido
na esquecida fonte foram pousar
as asas negras de um pássaro ferido
negrume solitário de um mudo piar

gota escassa, hesitante em cair
pássaro cansado do inútil debater
a vontade do corpo a esvair
a surda esperança de a lágrima beber

ei-la que cai a gota ressequida
asas negras do pássaro moribundo
pelas penas escorre perdida
essa gota no mármore imundo

ergue-te e voa pássaro morto
de asas negras renascidas
celebra a ausência do teu corpo
e o fim das dores sofridas


Inkheart


1 comentário:


  1. Muito belo!
    Continuo a achar que estes poemas não podem ficar só aqui...:)

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