É difícil compreender para quase todos, que o Natal não seja uma data de alegria, mas sim um peso tremendo aos ombros. É difícil perceber que o 25 de Dezembro seja uma data vazia e ausente de significado. Que tudo que aquilo que esta data supostamente deve representar, não represente efectivamente.
Nem que seja pela perda de alguém importante para nós que deveria estar presente, pelo cansaço que o mercantilismo do Natal provoca ao obrigar-nos a chafurdar em lojas lotadas, à procura de algo que muitas vezes não sabemos, ou apenas vagamente. Que tudo é para trocar, guardar fundo numa gaveta ou descarregar e vingar num desgraçado qualquer Natal do ano seguinte
Por isso comprar, dar e receber prendas, são autênticos fretes, vazios de qualquer significado. Uma exclamação aliviada de missão cumprida.
Porque há a obrigatoriedade da família, de termos que andar felizes da vida, mostrar boa disposição e sorrir, caso contrário há uma enxurrada de perguntas idiotas a perguntar porque não o estamos a fazer.
Porque isso rouba-nos o espaço que precisamos, invadem-nos a privacidade, não nos deixam ser quem somos. Andamos cansados e tornam-nos ainda mais cansados.
E porque todos se esquecem que há quem não tenha mesa farta e aquecimento no Inverno.
Que há quem procure as refeições em lixeiras ou caixotes de lixo, o calor em caixas de cartão, e crianças que lhes dão uma arma mortífera que têm que usar, em vez de um merdoso e ultra-sofisticado boneco de brincar aos soldados e pistolas que disparam dardos de borracha.
O melhor do Natal? É o dia 26!
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