São bancos normais feitos de ripas de madeira envernizada e com as costas e os pés feitos de ferro forjado pintado de verde. Todos eles têm dois carvalhos a ladeá-los.
No início destes mil metros e consideravelmente afastado dos outros e dos blocos principais de apartamentos há um banco solitário.
Este banco tem atrás de si um ainda distante cemitério. Ao seu lado tem um solitário carvalho e um par de metros à sua frente corre serpenteando o alcatrão.
Ele é especial. Tem propriedades que não se vêm. Parece ser um ligante, um harmonizador de seres vivos, um cristalizador de momentos bons com senhas numeradas para marcar a altura da sua utilização.
De manhã, um velhote e o seu gato, atravessam a estrada caminhando um ao lado um do outro. O gato sem trela, ele de mãos atrás das costas. Os dois caminham em passos repousados.
Não olham um para outro, mas sabem bem que na confiança estabelecida que um está ao lado do outro. E esperam sempre por quem fica para atrás.
Sentam-se no banco lado a lado e ficam assim algum tempo. Já vi esta cena sequenciar-se várias vezes quando de manhã passo por eles.
À tarde, ao sair do trabalho e na sombra do solitário carvalho, está por vezes um casal de velhotes. Sempre sentados. Nunca os vi chegar e nunca os vi partir.
Quando os vejo estão sempre de mãos dadas, sentados, sem falarem. A sabedoria da idade acumulada já lhes conferiu o privilégio da comunicação com ausência de palavras e fortalecido a harmonia e comunhão dos pensamentos através dos dedos entrelaçados das suas mãos.
Quando não está o casal de velhotes, está uma senhora sentada no banco com um cão de porte pequeno e pelo curto castanho deitado sobre ele.
Com a cabeça encostada nas pernas da sua dona, ele dormita de barriga para o ar e de patas encolhidas enquanto ela a coça levemente. O cão de olhos fechados, parece parado no tempo com aquele esgar de sorriso tranquilo que só os que estão bem com e na vida conseguem exibir.
Por vezes a senhora pousa a mão sobre a barriga e fecha os olhos adormecendo também.
Não tão frequentemente vejo uma senhora que sentada, tem ao seu lado um vaso com uma planta. Talvez a planta precise de sair, ver para além da janela, espairecer a sua existência estática e monótona.
Talvez precise de intensificar as cores vermelhas das suas pétalas, de sentir o ar a passar por elas, de se renovar. Talvez a senhora a tenha percebido e levado para o banco cristalizador de bons momentos.
Provavelmente apreciam a companhia mútua uma da outra num banco de jardim, num solarengo fim da tarde. Tal como o velho com o seu gato, os velhotes, um com o outro e a senhora com o seu cão.
No fim de contas provavelmente o que aquele banco quer é aquecer as suas tábuas enquanto o Inverno não as molha e as arrefece e o carvalho queira ainda poder utilizar a sombra das suas folhas antes que estas caiam no decorrer do Outono.
No fundo, o aquele banco mais o seu carvalho solitário querem é não estarem sozinhos. O que precisam é de companhia e chamem quem as tem para si.
Não tão frequentemente vejo uma senhora que sentada, tem ao seu lado um vaso com uma planta. Talvez a planta precise de sair, ver para além da janela, espairecer a sua existência estática e monótona.
Talvez precise de intensificar as cores vermelhas das suas pétalas, de sentir o ar a passar por elas, de se renovar. Talvez a senhora a tenha percebido e levado para o banco cristalizador de bons momentos.
Provavelmente apreciam a companhia mútua uma da outra num banco de jardim, num solarengo fim da tarde. Tal como o velho com o seu gato, os velhotes, um com o outro e a senhora com o seu cão.
No fim de contas provavelmente o que aquele banco quer é aquecer as suas tábuas enquanto o Inverno não as molha e as arrefece e o carvalho queira ainda poder utilizar a sombra das suas folhas antes que estas caiam no decorrer do Outono.
No fundo, o aquele banco mais o seu carvalho solitário querem é não estarem sozinhos. O que precisam é de companhia e chamem quem as tem para si.
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