domingo, 5 de janeiro de 2014

Pantera Negra (1942 - 2014)





Provavelmente o moçambicano (nasceu na capital Lourenço Marques, actual Maputo) mais conhecido do mundo, Eusébio da Silva Ferreira, morreu hoje de insuficiência cardíaca.
A imprensa inglesa cunhou-lhe para a eternidade a alcunha perfeita para ele, Pantera Negra. Pela sua velocidade, poder atlético, pela precisão e potência de remate e determinação. Tudo o que fazia roçava a perfeição.
O mundo e a sua casa era o futebol. Vivia para o futebol.
Mesmo depois de se ter retirado não era capaz de se manter afastado dos ambientes do futebol e do seu "vício", o clube do seu coração e alma: o Benfica.

A sua ida para o Benfica é uma das histórias mais rocambolescas da história do futebol nacional.
Foi quando jogava no clube moçambicano Sporting de Lourenço de Marques que Eusébio começou a atrair sobre si o olhares do Sporting Clube Portugal. Mas ao mesmo tempo o Benfica também queria o jogador para si.

Para enganar os seu rivais, o Benfica disfarçou os contactos feitos, telegramas e telefonemas. Nunca se referiu a Eusébio pelo seu nome, mas através de um nome fictício, um nome feminino, Rute.
O seu embarque para Lisboa foi feito num carro com  matrícula do governo e o seu nome nem sequer constava na lista de passageiros do avião que o levou para Lisboa.
O Sporting acusou os seus rivais de Lisboa de raptarem Eusébio. O jogador sempre desmentiu esta afirmação. Dizia que o Benfica o tinha contratado primeiro porque tinha negociado com a mãe e com o seu irmão.

Uma outra história perdura na vida desportiva de Eusébio, quando este foi pretendido pelo Inter de Milão e o Benfica aceitou o negócio. No entanto Oliveira de Salazar frustraria a transferência por o considerar "património nacional".

Em 1981 foi galardoado com a medalha de Mérito Desportivo e em 1990 com a medalha de Honra ao Mérito Desportivo.

Foi no Benfica e através do mundial de 1966, com o famoso terceiro lugar de Portugal, que o mundo conheceria Eusébio. Foi considerado o melhor jogador do campeonato e ao mesmo tempo foi o melhor marcador do mesmo.
O brasileiro Pelé, o alemão Franz Beckenbauer, o húngaro Puskas, o argentino Di Stéfano, o inglês Bobby Charlton e os guarda-redes russo Lev Yashin (Aranha Negra) e o português Damas, jogadores também eles lendários e que marcaram a história do futebol mundial, foram adversários, admiradores e seus amigos.

Ganhou onze campeonatos nacionais, cinco taças de Portugal, uma taça dos campeões europeus. Foi sete vezes melhor marcador nacional e duas vezes melhor marcador europeu.
Um king. 




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