terça-feira, 7 de janeiro de 2014

a senilidade de Mário Soares





Não gosto de futebol e nem sequer vejo a selecção a jogar. E sou dos que consideram que o futebol é o ópio do povo.
Mas não estava à espera daquilo que a morte de Eusébio provocou no país. Conseguiu unir em torno de si um país inteiro e o mundo do futebol que se caracteriza pelos excessos e pela falta de bom senso.
É sabido que Eusébio tinha o Benfica no seu sangue, mas ter todos os adeptos de futebol a colocarem-se à margem dos seus clubes para celebrarem a sua memória e talento é obra.

Dele tenho a noção de ser um homem simples, puro e ingénuo. De ser um homem bom.
Amigo do amigo de uma maneira desinteressada.
Quando ouvi as patéticas, deselegantes e senis palavras de Mário Soares sobre Eusébio, pensei de imediato que era um calhau com olhos a falar sobre aquilo que não sabia. Se soubesse estaria calado. Teria sido aquilo que muitos de nós pensamos que ele é: inteligente.

"Eusébio foi um homem bom, um homem agradável, com pouca cultura, mas evidentemente não se estava à espera que fosse um pensador, mas um grande futebolista, e isso foi, um grande futebolista e uma pessoa bem formada, fiquei sempre com a ideia que era um homem muito modesto e simpático. Eu não sabia nada que ele estava doente, sabia que ele bebia muito uísque, todos os dias, de manhã e à tarde, mas julguei que isso não lhe fazia mal, não sei…"

Felizmente que Eusébio que não era político. Como futebolista não teria dito estas palavras de alguém que também deixou um rasto indelével na história de Portugal.
Ao contrário do snob e muito irritante Mário Soares, Eusébio uniu nações e povos com a sua arte.
Era consensual. Não criou inimigos, não prejudicou nem verteu sangue de ninguém, nem provocou fugas apressadas de nenhum país. Não era ganancioso, não era leviano e não era cínico. 
Era honrado e sincero. Era uma pessoa transparente, foi sempre igual a ele próprio ao longo de toda a sua vida. E deve ter levado mais gente aos estádios onde actuou que o ex-presidente teve nos seus comícios.
Tomara que Mário Soares pudesse dizer tudo isto de si próprio.

Quando a história retratar estes dois homens, tenho a certeza que o futebolista que "não se estava à espera que fosse um pensador" e "com pouca cultura" será mais respeitado que o seboso político que não sabia jogar futebol.


1 comentário:

  1. Inacreditável esse comentário! Não sabia de nada e estou chocada... Grande "pensador" que o Mário Soares se vai revelando cada vez mais :(

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