terça-feira, 10 de dezembro de 2024

47 segundos


É o tempo necessário para explicar como se desenrola o genocídio do povo palestiniano à mais cobardes da mãos: as do Ocidente, da União Europeia e de Israhell.











segunda-feira, 11 de novembro de 2024

15 anos e um desabafo


Este último ano na Esteira, tem sido particularmente difícil.

Passado um ano, as três guerras que mencionei aqui (Sudão, Palestina e Ucrânia) ainda persistem. 
Já mal são notícias nas televisões e rádios.
As pessoas tornam-se indiferentes, alheias e habituam-se rapidamente à morte e ao sofrimento de dezenas e dezenas de pessoas. Uma cobertura jornalística, em todas as suas formas, tem habilmente, e deliberadamente, esquecido ou suavizado o inenarrável sofrimento e total ausência de condições de vida. De facto, não se trata de condições de vida, mas de condições de sobrevivência.

Das três guerras, a de Israhell contra a Palestina assumiu proporções pessoais que nunca tinha experimentado antes ou algo de comparável.
Mais de um ano depois continuo incrédulo com o que se passa em Gaza, Palestina, território ocupado, roubado e colonizado por um país predatório, governado por um assassino e genocida, Benjamim Netanyahu. O que se assiste ao que se passa e acontece em Gaza e Cisjordânia é de uma atrocidade sem limites. O que li em livros de história, relatos de sobreviventes, vi nos diversos memoriais de vários países que experimentaram o genocídio, vejo agora em directo no ecrã do meu telemóvel.

Em ano que se assinalou trinta anos do Genocídio Ruandês e setenta e nove anos sobre o Genocídio Judeu e dos Roma, o Ocidente que tantas vezes invoca "nunca esquecer para nunca mais voltar a acontecer" vira costas, fica em silêncio e dá até o seu apoio declarado ao genocídio do povo Palestiniano e deixa, permite que o crime de todos os crimes aconteça livremente, sem restrições económicas, físicas e morais.

O Ocidente, o paladino dos direitos humanos, dos valores humanitários, da defesa da vida, da paz, da liberdade de expressão e do mundo livre, tornou-se um assassino, cúmplice e participante activo deste genocídio, através do silêncio conivente e do fornecimento de armamento deste genocídio.

Sinto uma grande vergonha em ser ocidental, em ser português. O meu país também é cúmplice da bestialidade sionista israhellita. Coloca-se debaixo das patas negras de um crime hediondo e tal como o restante mundo ocidental, excluindo os irlandeses, curva-se subservientemente perante um estado que ignora, quebra, contorna, todas as regras que norteiam a dignidade do ser humano.

É frustrante, profundamente triste, uma sensação de profunda incapacidade, de inutilidade, viver nestes dias. Dias em que os nossos políticos são profundamente nojentos, repelentes, vendidos, ausentes de alma e de qualquer tipo de dignidade.
E continuamos a votar neles, como se a invocação da liberdade fosse condição sine qua non, uma obrigação.
Não é. Não votar neles é um grito de revolta e de indignação. Diz-se que podes votar branco, nulo, não na abstenção. Mas enquanto votarmos, seja de forma seja, enquanto os políticos não perceberem que são rejeitados, olhados de lado, repudiados, nunca perceberão o quanto indignos são de nós.






série "sad animal facts" - CXLVII













quinta-feira, 7 de novembro de 2024

Joni Mitchell 81


A cantora canadiana, Roberta Joan Anderson faz hoje 81 anos. E.. quem é ela? E o que fez ela de especial?

Para o mundo, a Roberta Anderson é conhecida como Joni Mitchell. 
Teve uma vida daquelas. Em 2015, um aneurisma quase a matou. 
Teve que reaprender a andar, a falar, a cantar, a tocar guitarra, tudo. Depois disto Joni voltou aos palcos. E brilhou. Uma canção nunca falhou nos seus concertos.

Nesse altura, como agora, Joni Mitchell é sinónimo Both Sides Now. Admito que seja redutor "reduzir" uma cantora a uma única canção, especialmente quando falamos de Joni Mitchell. Pessoalmente, uma é a outra. Mas não consigo fartar desta canção.
Sempre que a ouço emociono-me. A ternura da sua voz toca-me sempre. Apetece-me chorar, sorrir, abraçar, beijar alguém, fazer o bem.
Existem mais de 1500 versões deste tema. Ilustra bem a importância, o poder, a impressão que este tema causa nas pessoas.

Foi editada pela primeira vez em 1967, no álbum Wildflowers. Joni tinha 23 anos.
A letra foi escrita, quando tinha 21 anos, dentro de um avião, num lugar à janela em que espreitando por ela, a cantora canadiana via as nuvens a passarem por ela.
Com esta idade, já tinha tido poliomielite, ao 9 anos, que a deixou paralisada e com sequelas para a vida, uma filha, nascida em 1965, que ninguém soube que existia e que foi abandonada pelo pai. 
Sem meios para a sustentar, sem apoio de ninguém, decidiu que o melhor para a sua filha, apenas com oito meses, era dá-la para adopção.
Em 1993, quando esta história é publicada nos jornais por causa de uma amiga que a vende a um tabloide. Em 1997, a filha é encontrada e desde então nunca mais separaram.

Both Sides Now, encontramos o que há-de melhor em nós, entra fundo na nossas alma.
Conta-nos como tudo tem dois lados, duas perspectivas, especialmente a vida e o amor. E como é difícil conhecer as duas. Particularmente a primeira.
Não podia concordar mais com ela.





Rows and floes of angel hair
And ice cream castles in the air
And feather canyons everywhere
Looked at clouds that way

But now they only block the sun
They rain and they snow on everyone
So many things I would have done
But clouds got in my way

I've looked at clouds from both sides now
From up and down and still somehow
It's cloud illusions I recall
I really don't know clouds at all

Moons and Junes and Ferris wheels
The dizzy dancing way that you feel
As every fairy tale comes real
I've looked at love that way

But now it's just another show
And you leave 'em laughing when you go
And if you care, don't let them know
Don't give yourself away

I've looked at love from both sides now
From give and take and still somehow
It's love's illusions that I recall
I really don't know love
I really don't know love at all

Tears and fears and feeling proud
To say, "I love you, " right out loud
Dreams and schemes and circus crowds
I've looked at life that way

Oh, but now old friends, they're acting strange
And they shake their heads and they tell me that I've changed
Well, something's lost, but something's gained
In living every day

I've looked at life from both sides now
From win and lose and still somehow
It's life's illusions I recall
I really don't know life at all

It's life's illusions that I recall
I really don't know life
I really don't know life at all




e Trump ganhou as eleições...