sábado, 25 de abril de 2015

uma música para o fim de semana - Ana Moura


Por estes dias corre no CCB um dos seus melhores eventos anuais: os Dias da Música.
Para este ano a música e o cinema vão andar de mãos dadas. O tema é: Luzes, Câmara... Música!

Há filmes memoráveis que tornaram conhecidas músicas ignoradas até à altura, Não fosse Casablanca e o seu tema musical mais forte, tocado ao piano pelo personagem Sam a pedido de Ingrid Bergman, As Time Goes By, talvez este nunca tivesse saído das ruas de amargura.

O mesmo aconteceu com Platoon que com a cena da morte do Sargento Elias tirou da obscuridade mediática um dos adagios mais bonitos que alguma vez foram escritos, o adagio para cordas do compositor americano Samuel Barber.

Se formos pelo lado oposto, descobrimos que se há motivo para que o intragável filme Guarda Costas tenha sido visto por um ror de gente certamente que foi para ouvir Whitney Houston a cantar I Will Always Love You.
Ou o caso de Armageddon que foi salvo pelos Tyler. O pai e a filha.
O pai, Steven Tyler canta o tema dos Aerosmith chamado I Don't Wan't to Miss a Thing, a segunda melhor coisinha do filme. E a filha, Liv Tyler que é a melhor coisinha do filme.


Aproveitando a boleia dos Dias da Música, se tivesse que escolher um filme nacional, com uma assistência fora do vulgar para um filme português e que simultâneamente estivesse muito bem suportado numa canção digna dessa assistência, escolheria o filme Os Gatos Não têm Vertigens de Setembro de 2014.
O tema principal é cantado por Ana Moura e curiosamente ele foi escrito pelo próprio realizador, António-Pedro Vasconcelos.
Um fado de nome Clandestinos no Amor.


Bom fim de semana :)




Vivemos sempre sem pedir licença
cantávamos cantigas proibidas
Vencemos os apelos da descrença
que não deixaram mágoas nem feridas

Clandestinos do Amor, sábios e loucos
vivemos de promessas ao luar
Das noites que souberam sempre a pouco
sem saber o que havia para jantar

Mas enquanto olhares para mim eu sou eterna
estou viva enquanto ouvir a tua voz
Contigo não há frio nem inverno
e a música que ouvimos vem de nós

Vivemos sem saber o que era o perigo
de beijos e de cravos encarnados
Do calor do vinho e dos amigos
daquilo que para os outros é pecado

Tu sabias que eu vinha ter contigo
pegaste-me na mão para dançar
Como se acordasse um sonho antigo
nem a morte nos pode separar

Nós somos um instante no infinito
fragmento à deriva no Universo
O que somos não é para ser dito
o que sente não cabe num só verso

Enquanto olhares para mim eu sou eterna
estou viva enquanto ouvir a tua voz
Contigo não há frio nem inverno
e a música que ouvimos vem de nós


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