quarta-feira, 9 de junho de 2010

feriados socialistas


Duas deputadas socialistas, Teresa Venda e Rosário Carneiro, estão preocupadas com o facto de Portugal estar acima da média europeia relativamente ao nº de feriados, pontes e tolerâncias de ponto. 
Com o objectivo de aumentar o ordenado mínimo nacional e tornar mais competitiva a nossa economia estão a propor que sejam eliminados
4 feriados (2 religiosos - Corpo de Deus e Todos os Santos e 2 civis -  O 5 de Outubro e 1 de Dezembro) e que se crie um outro feriado, o 26 de Dezembro - Dia da Família. 

Para além disto propõem que os feriados Terça de Carnaval, Dia do Trabalhador (1 de Maio), Dia da Liberdade (25 de Abril) e o Dia de Camões (10 de Junho) se tornem móveis e sejam encostados aos dias úteis mais próximos do fim de semana, segunda ou sexta para diminuir o nº de pontes. 
Tudo isto somado e segundo estas deputadas permitiria aumentar o PIB nacional em cerca de 1%.
Isto dá que pensar.

O facto de encostar os feriados móveis ao fim de semana parece-me bem uma vez que cria fins de semana prolongados e portanto mais úteis em termos de descanso e usufruto familiar. 
Mas não os mencionados, uma vez que tirando a Terça de Carnaval todos os restantes são fixos.
Se o argumento utilizado é o de diminuir as pontes, considero este falacioso, uma vez que no sector privado estas são deduzidas das férias do trabalhador e portanto é uma decisão de cada um, no sector público cabe ao próprio governo a sua gestão assim como as tolerâncias de ponto. Sabendo de antemão que neste último caso, as tolerâncias de ponto e pontes definidas pelo governo saem do bolso dos contribuintes, por não haver troca com dias de férias.

A eliminação do 5 Outubro (implantação da República) pelo facto de neste ano se celebrar o centenário da República parecer ser uma proposta altamente fora de propósito e algo infeliz. Assim como o pretenso Dia da Família a 26 de Dezembro. Por definição o dia da família é o Natal.
Neste caso faria mais sentido propor como feriado o 24 de Dezembro.

Mas produtividade não é só a relação clássica de produção sobre unidade de tempo. 
O ganho de produtividade também se conquista com o respeito, com a motivação e justiça por quem trabalha.

Se quem trabalha sente que o esforço que despende é efectivamente aproveitado para o bem comum e para o desenvolvimento do país.

Se sente que é reconhecido, valorizado e retira igualmente dividendos (materiais ou não) do seu esforço de trabalho. 

Se todo o fluxo de riqueza que o trabalho gera, flui no sentido de dar e receber.

No entanto a apetência para a produtividade é logo cortada cerce pela negação destes sentimentos, uma vez que não existe retribuição, seriedade e coerência por quem deveria dar o exemplo. Neste caso e dada a situação actual estou a falar do Estado. Uma entidade gananciosa, pouco credível e canibalizadora do esforço laboral do país.
Se tal não acontecesse, creio as preocupações com o nº de feriados, pontes, tolerâncias de ponto, etc.. destas deputadas socialistas não fariam sentido e provavelmente nem sequer seriam equacionadas.

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