terça-feira, 23 de novembro de 2021

sobre os gatos pretos, os gatos em geral e particularmente sobre o Kuro


Adoro esta curta banda desenhada. Ajuda a desmistificar os gatos pretos. 
É um facto que têm taxas de adoptabilidade mais baixas que os outros. A ideia que trazem azar infelizmente ainda está enraizada entre nós. Vem desde a idade média e da sua associação às bruxas e mantém-se até aos dias de hoje.
A possibilidade de na altura do Halloween, e nas proximidades das sextas 13, os gatos pretos serem usados, sacrificados em cultos satânicos ou em rituais de magia negra, leva a que estes corram sérios riscos de vida. As associações que os recolhem e os protegem evitam a sua adopção nestes dias.

Tratei de um gato preto na minha rua durante vários anos e sempre temi por ele nesses tais dias. 
Vê-lo nos dias a seguir era um tremendo alívio para mim. 
Desde o início deste ano, em Fevereiro, quando perdi o meu gato cego Ulisses, eu adoptei-o. Agora vive em minha casa, protegido do calor excessivo, do frio intenso, da chuva desagradável, de maus tratos e lutas contra outros gatos. Chamei-o Kuro, preto em japonês. É o meu segundo gato preto. O meu anterior, Mahler, partiu há três anos. Tal como Mahler, Kuro tem uma ligação muito especial, um grande carinho e preocupação por mim desde os seus tempos de rua.

De toda a casa, o seu lugar preferido é o meu colo. À noite, dorme bem encostado, junto à minha cabeça e ao meu rosto. Frequentemente sinto os seus bigodes no meu rosto. Tê-lo comigo transmite-me segurança. Não porque esteja atento aos ruídos da casa, que está, mas acima de tudo porque está atento a mim. Tal como o Miles e a Alma.
Vejo-o(s) perfeitamente a defender(em)-me de um pesadelo, de um demónio como o gato preto da banda desenhada deste post. O folclore, as lendas, atribuem aos gatos, qualquer que seja a sua cor e padrão, uma aura mística, de guardiões, protectores do além, que afastam e dissipam as más energias. Acredito, não porque de facto acredite, que não, mas porque gosto de acreditar. Porque é nobre. Como eles. 

Voltando aos gatos pretos, sei que eles são particularmente especiais. Além de serem lindíssimos, ternos e terem em si essa aura de mística, de mistério, são gatos que formam ligações particularmente fortes com os seus tutores. São gatos que em vez de serem os últimos a serem adoptados e escolhidos nos abrigos e gatis, deveriam dos primeiros, sendo eles gatinhos ou adultos, Como no caso do Mahler e do Kuro, ambos já adultos quando as nossas vidas se cruzaram.

Tal como de gatos pretos, gosto imenso desta banda desenhada.











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