quinta-feira, 27 de agosto de 2015

porque gosto


Dos famosos três tenores - José Carreras, Plácido Domingo e Luciano Pavarotti - que cantaram juntos pouco mais de uma década, entre 1990 e 2000, tenho uma preferência por José Carreras.

Dos três sempre considerei, e ainda considero, como tendo a voz mais delicada e a mais elegante.
Plácido Domingo, o mais indistinto dos três e Luciano Pavarotti, de longe, o mais poderoso deles.

Apercebi-me da beleza e intensidade de Nessun Dorma precisamente através da voz de Pavarotti.
Sente-se bem o poder, sua força e o alcance da sua voz nesta ária
Somos atropelados por ele. Mas não caímos, não nos magoamos. Com ele, somos etéreos, aéreos, inatingiveis e imortais. Pavarotti consegue parar o tempo em Nessun Dorma.

Nessun Dorma (Ninguém Durma) é uma ária da opera em três actos, Turandot, composta por Giacomo Puccini. No entanto, este não a concluiria, devido à sua morte em 1924. A sua conclusão foi composta por Franco Alfano.
A ópera estrearia a 25 de Abril de 1926 sob a batuta de do maestro Artur Toscanini.
Por não gostar do final, Toscanini terá anunciado ao público o momento em que o trabalho de Puccini pára.

A título de curiosidade, Turandot teria uma segunda conclusão, em 2001, escrita por Luciano Berio em alternativa a Alfano.
A ária Nessun Dorma (ainda de Puccini) aparece no final do último acto.

Turandot conta a história de três personagens: o príncipe persa Calaf, a princesa chinesa Turandot e a sua escrava Liù.

A princesa tem, literalmente, um ódio de morte aos homens devido a um trauma por ter assistido à violação e morte de uma familiar.
No entanto o seu pai quer que ela se case. Para evitar o casamento, ela afirma que só casará com o homem que souber as respostas a três adivinhas. Quem falhar morre.

O príncipe Desconhecido, apaixona-se por Turandot e propõe-se submeter-se ao teste e passa. Sobrevivendo ganha o direito de casar com ela. Esta fica desesperada
Calaf, o nome do príncipe Desconhecido, diz à princesa chinesa que o pode matar se ela descobrir até ao nascer da aurora, o seu nome.

É aqui que surje Nessun Dorma, cantado por Calaf, aludindo ao pedido de Turandot que ninguém durma até que se descubra o seu nome.
No fim da ária, ele proclama a sua fé na sua vitória e conquista da mão da princesa - "All alba vincero, vincero".

Pavarotti canta Nessun Durma, E então somos atropelados...





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