terça-feira, 5 de agosto de 2014

o caminho da sabedoria





Bater com a cabeça na parede várias vezes, até fugir dela. Cair, levantar, cair e levantar de novo. Como alguém escreveu, cair sete vezes e levantar oito. 
Descontinuar, desesperar, para depois podermos sabermos crescer mais fortes e dar a devida continuidade mais tarde.

Tentativa e erro. O erro é uma necessária fonte de aprendizagem. Uma maneira única de chegar à essência da verdade e do conhecimento. É assim que a ciência evolui e o Homem encontra o caminho da sabedoria.
Quem não erra não aprende.

Aprendizagem. Saber reconhecer e perceber qual foi o caminho errado, qual o erro cometido e conseguirmos encontrar de novo o correcto, ou pelo menos o menos incorrecto. Errar é humano. 
É a evolução para um homem melhor e superior, pela sabedoria que soube retirar das más escolhas.
Através do erro despojamos-nos cada vez mais do fútil que nos tolda e aproxima-nos cada vez mais da essência que nos ilumina.
Nada é estático. Pode ser preciso tempo. Esperar, reflectir, meditar são virtudes. Das maiores.
Com o tempo percebe-se que uma pedra se pode tornar terra e esta por sua vez tornar-se-à em árvore.

Através da sabedoria, reflectindo sobre o erro e da experiência que daí advém tornamo-nos unos. 
Ligamo-nos melhor ao que nos rodeia, com o que flui e orbita à nossa à nossa volta, compreender e amar a natureza das coisas. 
A sabedoria no seu mais alto degrau mostra que tudo o que existe, existe por uma razão e que essa mesma razão é a união do tudo. Indissoluvelmente somos parte do todo. Não somos um, somo todos. Um continuum universal.
Com a experiência com a sabedoria temos que retirar o véu da superioridade, da altivez, da sobranceria e arrogância. Humildade para se reconhecer o erro e depois aprender com ele.

A experiência das más escolhas e a sua reflexão é verdadeiramente o caminho para a sabedoria.
O conhecimento reside e está em nós. É um poder extraordinário. Um ponto de partida para a nossa evolução e ajudarmos e apontarmos os outros como caminharem o mesmo trilho. É um acto sublime.

É o que mais aprecio no budismo. Não precisamos de adorar, idolatrar, prestar vassalagem a um Deus ou Deuses. Não precisamos de igrejas, sinagogas ou mesquitas. Não precisamos de intermediários entre nós e o divino.
Tudo o que necessitamos, tudo o que precisamos, está dentro de nós, no nosso interior. Temos que o procurar, questionarmos sobre as nossas acções e as suas consequências. Aprender com as experiências, sejam elas ou boas. É com as dolorosas que mais crescemos e mais evoluímos.
Nós próprios somos a fonte do aperfeiçoamento e da Perfeição. O caminho para a Perfeição está contido em nós.



Para os mais atentos e que tenham tido a sorte de ler Siddartha de Herman Hesse, perceberão que está é uma das grandes mensagens que este enorme, este imenso livro, quase sagrado no seu conteúdo, nos ensina.


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