quarta-feira, 6 de junho de 2012

dignidade vs custo da dignidade



É nestas alturas que a política e os políticos metem nojo.

Fernando Leal da Costa, secretário Adjunto e da Saúde, declarou publicamente na Rádio Renascença que algumas terapias de "eficácia duvidosa" usadas em alguns pacientes com cancro, podem deixar de ser financiadas pelo Serviço Nacional de Saúde.
Deu como exemplo extremo, as terapias que prolongam por pouco tempo a vida de alguns doentes de cancro.

O bastonário da Ordem dos Médicos considerou as declarações "alarmantes para os doentes" e as organizações que defendem os doentes com cancro, como a União Humanitária dos Doentes com Cancro e o Movimento Partilha, consideraram-nas "desumanas" e "perversas".

Através de Fernando Leal, para o Estado, a vida ou o seu prolongamento, dos doentes com cancro, adquiriu um preço. Passou a ser quantificada em termos de custos, o tempo de vida destas pessoas em fase terminal.

Quando se pesa na balança o custo de prolongar a vida mesmo por pouco tempo ou dar melhor qualidade de vida a quem sofre de cancro versus o custo desse acto médico, atingiu-se um nível muito baixo de consciência governativa.

O Estado exime-se financeiramente da responsabilidade do custo e transfere para o bolso do doente e das suas famílias, a capacidade ou incapacidade financeira de se manter vivo por mais tempo ou de "comprar" a dignidade na hora da morte

É realmente perverso, desumano e muito reles.


1 comentário:

  1. Este governo é formado por algumas pessoas que não têm nenhuma dignidade,principalmente no ministério da saúde que deveria chamar-se ministério da doença ,as pessoas são apenas números.

    ResponderEliminar