quarta-feira, 25 de abril de 2012

Grande Ecrã - Assim Assim


Tinha ficado com boas impressões quando vi o trailer do filme Assim Assim do realizador português Sérgio Graciano, mas não as suficientes para vencer a inércia (e o preconceito) para ir ver cinema português.
Mas felizmente li a crítica de Jorge Mourinha no Ípsilon. Ele disse tão mal do filme que me convenceu a ir vê-lo. Ainda bem.

Assim Assim, é um filme onde um mosaico de personagens com aparições mais ou menos breves, discorrem sobre a vida e sobre as suas vidas tendo por palco Lisboa. 

Histórias individuais, aparentemente separadas entre si mas que acabam por se entrelaçar umas nas outras.

O argumento de Pedro Lopes aborda mentiras e verdades, amores, desamores e traições. Aborda a homossexualidade, a solidão, a amizade, as inseguranças e incertezas. 
À medida que o filme se vai desenrolando certamente que quem o vê reconhece-se em algumas das pequenas histórias, entenda-se reflexões, que nos são apresentadas nos cem minutos que dura o filme.

Assim Assim alicerça-se em diálogos bem construídos, com um toque humor inteligente aqui e ali, que não fascinando são no entanto bastante bons e estão longe da superficialidade.
Tem um começo auspicioso e prometedor com as conversas paralelas de dois pares de amigos à noite numa esplanada no Chiado.

Para o número invulgar de actores envolvidos é de surpreender a qualidade e segurança das suas prestações. É delicioso o segmento de Margarida Carpinteiro na consulta com o Gonçalo Waddington e destaca-se a consistência do par Joaquim Horta e Ivo Canelas.

A realização é honesta e muito fluída. A utilização muito frequente de campos/ contracampos ao longo do filme que tanto aborrece Jorge Mourinha torna-o interessante e atraente. Concentra a nossa atenção nos personagens e afasta-nos do acessório. O que longe de ser um pecado é uma virtude.

Creio que Jorge Mourinha deve-se ter enganado na sala e foi ver outro filme qualquer. Mas de certeza que não foi o filme de Sérgio Graciano.
Assim Assim não é uma obra prima, mas é definitivamente uma boa surpresa. Sinais do novo cinema que se faz em Portugal.

Ah, tem também um excelente genérico.





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