sexta-feira, 16 de março de 2012

as cinzas do Tibete


A China, é, e vai ser, cada vez mais um problema.
A Europa está a ser literalmente comprada pelos chineses e com bem mais de mil milhões de habitantes, a China é um mercado fabulosamente apetecido, um enorme mundo de oportunidades, um gigante económico ainda à espera de ser realmente acordado.

Isto permite que as grandes questões chinesas como a mão de obra barata e portanto explorada, os direitos humanos não respeitados, o controlo da informação e do indivíduo por parte de um estado que não parecendo é totalitário e opressivo, sejam toleradas ou postas de lado perante as oportunidades de negócio que a China representa. Elas serão tanto mais esquecidas quanto mais apetitoso financeiramente o mercado chinês se tornar.
O caso mais flagrante e o também mais "esquecido" é o Tibete.

A ocupação e destruição do Tibete, a sua "chinezação", um repressivo genocídio cultural que está ainda em curso desde que este país foi invadido em 1951.
Desde então tem ocorrido o assassinato de monges, a destruição de mosteiros, o fim da liberdade política, a prisão e mais uma vez o assassinato em série de milhares de tibetanos resistentes à "chinezação" do Tibete.
Mutilação, espancamento e tortura são prática correntes.
Estima-se, por baixo, que cerca de um milhão de tibetanos terão morrido às mãos do exército chinês e mais de cem mil estejam refugiados.
Há sessenta anos que isto acontece.

Talvez por isso a imolação de tibetanos esteja de novo a aumentar. No último ano houve cerca de vinte e cinco casos de imolação pelo fogo.
Covardemente a China chama a estes actos, as imolações, "terrorismo disfarçado".

A imolação dos tibetanos é um acto de desespero, de protesto contra a sua situação e paradoxalmente é um acto último de tentativa de sobrevivência.
É na comunidade internacional, é nas suas mãos, que os tibetanos depositam as esperanças, as suas vidas, a sobrevivência da sua cultura e das suas crenças religiosas ao imolaram-se.
O Tibete está amordaçado, sufocado e estrangulado pela China e é através do fogo que os tibetanos tentam libertar-se.

Se os tibetanos nos dão as suas cinzas, então temos que as respeitar e espalhá-las aos quatro ventos.
Teremos que ser as suas vozes e as suas lágrimas, teremos que ser a concretização da sua esperança.
A esperança de que os tibetanos poderem voltar a ser tibetanos e a terem de volta o seu Tibete.







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