sexta-feira, 22 de abril de 2011

pela Terra


Quando se pensa em Terra, pensa-se muitas vezes ou na maior parte das vezes em poluição, alterações climáticas, aquecimento global e agora que o nosso planeta está a poucos meses de franquear o número de 7 mil milhões de habitantes pensa-se também e muito, no esgotamento dos recursos físicos do planeta.

Há uma menor tendência para pensarmos na maneira como a Humanidade trata os seus animais, sejam eles domésticos ou selvagens. A falta de respeito por eles, enquanto seres vivos e sencientes, pelas suas necessidades e principalmente pelo seu habitat.

É fácil encontrar causas porque valha a pena lutar.
A atrocidade das touradas, a chacina de golfinhos e outros cetáceos na cidade japonesa de Taiji, a frieza da caça furtiva em África, a utilização de cobaias em experiências médicas ou de estética ou a crueldade de tratamento que cães e gatos encontram respectivamente em canis e gatis, nomeadamente o de Lisboa.
Há a tendência universal, infelizmente, de considerar o património animal como meramente local e não de todos nós, como se a globalização fosse um fenómeno exclusivamente de natureza económica e comercial

Recentemente cruzei-me por uma causa dessas.
O governo da Tanzânia está a pretender construir uma auto-estrada que atravessa o Serengeti.
O Serengeti é considerado um dos parques naturais mais ricos em diversidade animal e é palco de uma das maiores migrações do planeta.
Estima-se que quase dois milhões de animais participem nesta migração anual. Uma migração pela sobrevivência em busca de água e de pastos frescos. Para além de gnús, participam zebras, impalas e gazelas.
Esta migração proporciona alimento a todo um conjunto de predadores que dela necessita para sobreviver. Leões, hienas, chitas e crocodilos são alguns deles. Toda a vida animal no Serengeti está organizada em função dela. Os nascimentos ocorrem nesta época de abundância.
Esta migração atravessa dois países e dois parques naturais. A Tanzânia pelo parque do Serengeti e o Quénia pelo parque Masai Mara.

Pode-se pensar que a Tanzânia, um dos países mais pobres do mundo, tem o direito de se desenvolver e que a auto-estrada é um meio para que tal aconteça. Claro que tem. É justo.
Então porque estar contra? Porque actualmente, o traçado pensado para esta via ferroviária entra em rota de colisão frontal com a rota da Grande Migração. Será uma perturbação tremenda e desnecessária de um dos maiores fenómenos e acontecimentos da vida animal.
A caça furtiva vai aumentar, o número de atropelamentos irá aumentar, a perturbação de hábitos de caça será enorme.

Como o segundo vídeo mostra, a questão não é a construção da estrada, mas sim o local de construção.
É possível traçar viavelmente um traçado diferente daquele que está pensado actualmente, um que sirva os desejos e interesses da Tanzânia e que defenda simultaneamente a vida animal.

É umas das causas pela qual vale a pena lutar e estar consciente. É saber e sermos capazes de promover um delicado e frágil equilíbrio entre o desenvolvimento do Homem e a preservação da vida animal.
É saber cuidar de nós e do nosso planeta, a tão bela e frágil Terra.

Pode saber-se mais sobre a Serengeti Highway aqui no Facebook e aqui na página oficial.









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