sábado, 31 de julho de 2010

tourada - barbárie, covardia e sadismo



No que me diz respeito, considero a tourada um "espectáculo" vil de pura barbárie, covardia e sadismo.

Um touro quando entra na arena já está stressado.  Foi picado e agredido durante o seu transporte.
Foi igualmente "preparado", foi "amansado".
Colocaram-lhe sobre o lombo pesos durante vários dias que lhe provocaram dores.
Os seus cornos são embolados e serrados a sangue frio o que lhes dá uma sensibilidade dolorosa ao toque. Os seus olhos são untados com vaselina para diminuir a sua acuidade visual, é colocado algodão nas narinas até à garganta para igualmente dificultar a sua respiração, tem terebentina nas patas que as queima.
Dão-lhe laxantes que o desidratam. Dias antes não o alimentam nem lhe dão de beber. É mantido no escuro e apertado, quando sai para a arena a luz do dia e as lantejoulas dos fatos cegam e confundem o animal.
Os picadores com a "puya" e banderilheiros continuam sadicamente e covardemente o seu trabalho. Rasgam-lhe a pele, os pulmões, as costelas e os músculos do pescoço.
Então, quando os "corajosos" toureiros entram, têm um animal que não é metade do que pode ser. Têm pela frente um animal que está em farrapos e semi-destruído.

Há quem afirme que se trata de um acto de coragem quando os forcados avançam para a pega de caras. Nem isso é.
Porque por esta altura já o touro foi lidado.
Está massacrado, torturado, enfraquecido e cansado por perdas maciças de sangue causadas pelas várias bandarilhas espetadas no seu dorso que lhes dilacera mais os pulmões e com sangue e espuma a sairem-lhe da boca.
Porque por esta altura o touro já há muito que está em pânico e deseja fugir mas o desenho circular da arena impede-o de o fazer.
Porque por esta altura quando o touro investe está cego de dor e desesperado. E é a única coisa que ele pode fazer.

Mas infelizmente também os cavalos são violentados e brutalizados.
Os cavaleiros cravam fortemente as esporas nos seus flancos para incitar o cavalo a enfrentar um animal que não querem, o touro, porque lhe pode pôr a sua integridade física em causa.

O resultado disto são cavalos feridos nas costelas pelas esporas, magoados pelos embates com o touro e igualmente feridos e rasgados pelos seus cornos . Também eles deixam o seu sangue inocente na arena.

Mas a provação do touro continua para além da tourada quando é recolhido aos curros. Vem ferido e agonizante. Febril. Os arpões são arrancados a sangue frio da sua carne. As sua feridas são cauterizadas da mesma maneira. A sua morte, o seu alívio, é lento e tardio.

Por isso, no limite aceito as touradas de morte. Acaba com o sofrimento e confere dignidade a um animal nobre que foi colocado numa arena para divertimento e gáudio de uma multidão de sádicos ignóbeis.

Arte e cultura ? Claro que não! A arte dignifica o Homem, eleva-o ao estatuto de criador e a cultura mantém esse estatuto ao longo do tempo.
A tourada é um acto torpe de crueldade e covardia de animais racionais que incapazes de se comportarem como Homens, enfrentam ou usam animais para enfrentar outro animal previamente e violentamente enfraquecido e torturado.
É a completa ausência de valores e de princípios. Nada que seja digno de se chamar arte e cultura.

Mas ao ler este artigo fez-me crer que aos poucos e poucos o Homem vai adoptando uma atitude mais consentânea de uma espécie que se afirma racional.
Sinal que (lentamente) continuamos a evoluir enquanto espécie.

3 comentários:

  1. Completamente medieval! Mas quando penso no brutal massacre de cetáceos que anualmente acontece na cidade japonesa de Taiji, o documentário "The Cove" que aborda esta matança, tenho dificuldades em situá-la em qualquer tempo histórico.
    Ainda por cima também invocam a tradição e a cultura para justificar tamanha barbárie.

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  2. A tourada é uma "arte" medieval e de coragem, aquela gente nada tem.
    Beijos

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