quarta-feira, 8 de março de 2023

a hipocrisia e o cinismo da igreja no dia mundial da Mulher


A forma como a igreja - tenho dificuldade em escrever esta instituição com o I maiúsculo por não ser merecedora de tal - lida com as mulheres não está na religião, mas no machismo absurdo e ridículo de quem as lidera, outorgando-se como interlocutores privilegiados com Deus, abusando de poderes que não lhes foram conferidos verdadeiramente por ninguém para além deles próprios.

Marginalizam ou impedem a sua participação nas instituições religiosas e suas hierarquias, não as autorizam a conduzir cerimónias e não as consideram como iguais.
A igreja, por definição profundamente patriarcal, relega a mulher para lugares secundários na religião, dita o que vestir, impõem-lhes códigos de conduta e de comportamento, não só religioso mas também social. Consideram-nas seres pecaminosos e subalternas, objectos indutores de desejo e de pecado.
E no entanto elas são alvo de abuso, de predação sexual por parte destes "homens"... de Deus.

Enquanto as mulheres não forem tratadas como iguais na igreja, dificilmente serão tratadas, vistas como iguais na sociedade.
E a igreja falha sistematicamente e consistentemente neste papel. Para esta gente, e depois para a sua larga audiência, Maria Madalena ainda é vista como uma prostituta, que não foi. Na mitologia cristã, Eva foi quem provou o fruto proibido e ainda nasceu de uma costela do homem, Adão. Nem direito a uma origem própria teve. 

Aliás evangelhos como o de Maria Madalena - que apesar de não ser considerada como apóstola, terá sido não só a primeira, mas também desempenhado um papel mais relevante que os "oficialmente" reconhecidos - e da Virgem Maria são considerados apócrifos. 
Ou seja, não são reconhecidos como canónicos. A sua autenticidade é considerada duvidosa ou, de um autor não credível. Que nestes dois casos são... mulheres.















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