sábado, 11 de dezembro de 2021

uma música para o fim de semana - Dead Combo (Pedro Gonçalves)


Dead Combo foi uma das formações que passou mais vezes pelo palco da Esteira - aquiaqui e aqui
O seu som melancólico, algo negro e obscuro sempre me cativou. Uma sonoridade típica que tanto os caracterizava e que às primeiras notas sabíamos logo a quem pertenciam.

Escrevi o parágrafo acima no passado, não só porque eles acabaram, mas porque Pedro Gonçalves, a outra metade e co-fundador, em 2003, juntamente com Tó Trips, dos Dead Combo, morreu no passado dia 4 de Dezembro, consequência de um cancro que o atormentava há três anos. Tinha 51 anos.
Era o guitarrista e contrabaixista (devido à sua formação do jazz) da dupla de músicos. Desempenhava o papel de "gangster" na formação enquanto Tó Trips (vindo do universo do rock) ficava com o papel de "Cangalheiro". Estes dois papeis personalizavam e enquadravam muito bem a música que tocavam.
Pedro Gonçalves colaborou com nomes grandes da música portugues como Mazgani, Sérgio Godinho, Soaked Lamb, Rita Redshoes e Aldina Duarte.
Tinha um lado filantropo. Foi um dos fundadores da União Audiovisual, uma essencial plataforma de apoio aos artistas, músicos e técnicos do sector da cultura que foram particularmente afectados (e que ainda continuam a ser) pela pandemia devido ao cancelamento total de espectáculos culturais.

Dead Combo estreiam-se (muito bem) em 2006 com o trabalho Quando a Alma não é Pequena. Mas é com Lusitânia Playboys (2008), Lisboa Mulata (2011), A Bunch of Meninos (2014) e Odeon Hotel (2018) que se tornaram conhecidos pelo público nacional e internacional.

Devido ao estado de saúde de Pedro, os Dead Combo desfizeram-se em Outubro de 2019. O objectivo era fazerem uma série de concertos, a tour Fim, revisitando a sua música. Devido à pandemia em 2020 e de novo ao estado de saúde do contrabaixista ter piorado boa parte destes concertos foram cancelados. 

Por vontade do próprio Pedro Gonçalves, este expressou que não queria cerimónias fúnebres que preferia fosse uma festa. Que fosse aberta a todos: amigos, familiares e a admiradores.
Em África, principalmente na subsaariana há também esta filosofia. Que em vez de chorar a morte de alguém se deve celebrar antes a sua vida e esta celebração é uma festa. Muito longe dos hábitos ocidentais.

Não faz sentido separar Pedro Gonçalves dos Dead Combo, por isso é com um concerto deles ao vivo no Maxime's, em Março de 2017, que proponho uma música para esta semana.
Acabaram os Dead Combo, fica a sua música.


Bom fim de semana 😉











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