quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Eu,


Eu, 

Eu, silêncio pesado,
caído redondo na fraga,
do calor incendiado,
sem esperança que traga;

Eu, sorriso pesado,
de dedo que acusa,
do coração esmagado,
pela dor reclusa;

Eu, cansaço pesado,
do preço em alta,
do eu castigado,
da raiva revolta;

Eu, caminhar pesado,
de consciência ausente,
de um corpo cansado,
de um nada presente;

Eu, sentir pesado,
torpor de lágrimas surdas,
de um sorriso murchado,
cheio de palavras mudas

Eu, ânimo vergado,
pela dor maldita,
de um fardo carregado,
que berra e grita,
tão longa desdita.

Inkheart




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