domingo, 28 de fevereiro de 2016

um domingo de tenores


De vez em quando ao fim de semana, faço um sábado, ou um domingo temático no jazz em minha casa.
Escolho um instrumento e oiço alguns dos álbuns que tenho relativamente a esse instrumento. Hoje escolhi o saxofone tenor.

Dexter Gordon, Ben Webster, Hank Mobley, Stanley Turrentine e Wayne Shorter foram os meus eleitos para este domingo.
Dos melhores saxofonistas tenor que o jazz jamais teve.
A lista podia ser maior. Propositadamente deixei os contemporâneos de fora, assim como dois nomes maiores do saxofone tenor: John Coltrane e Sonny Rollins.

Estes grandes cinco tenores para além de terem deixado indelevelmente a sua marca no jazz, todos gravaram para a mítica e talvez a melhor etiqueta de jazz de sempre: Blue Note.
Entre muitos outros, seja no saxofone. seja outros instrumentos, fizeram parte da época de ouro do jazz e que do meu ponto de vista não se voltou a repetir.
Os anos finais da década de cinquenta, particularmente o inacreditável e ano de 1959, considerado o annus mirabilis, o melhor ano de sempre do jazz, e a década de sessenta.

Dos meu eleitos de hoje, escolhi os seguintes álbuns para ouvir:


Dexter Gordon - Our Man in Paris (Blue Note); Go (Blue Note); Clubhouse (Blue Note); Live at Carnegie Hall (Columbia jazz)

O Go é um clássico. É considerado um dos grandes marcos de sempre do jazz.
Mas escolhi o Live at Carnegie Hall, para este post, porque é um pouco diferente dos restantes álbuns.
É ao vivo e tem a particularidade de cada tema ser introduzido pela voz rouca e pausada do próprio Gordon.
Secret Love é um dos meu temas preferidos deste álbum.




Ben Webster - Ben Webster meets Oscar Petersen (Verve)

É um álbum a que retorno muito frequentemente. São absolutamente dois gigantes do jazz que se encontram. Ben Webster e Oscar Peterson.
O primeiro está no saxofone tenor e o segundo no piano. Este é um dos álbuns que foi lançado no famoso ano de 1959.
É um álbum tremendo e vê-los ao vivo juntos é um privilégio. Sunday é o tema que eles tocam.




Hank Mobley - Soul Station (Blue Note); No Room for Squares (Blue Note)

Escolhi Soul Station, para ilustrar a música de Hank Mobley. É considerado um dos cem álbuns mais influentes do jazz.
No entanto como sax tenorista, Mobley não é muito reconhecido e admirado pelo público em geral.
O que é uma pena.
Em Remember, o músico tem uma introdução divertida no início e depois todo o desenvolvimento do tema é puro virtuosismo.




Stanley Turrentine - Look Out (Blue Note)

Se Hank Mobley é pouco reconhecido, diria que Stanley Turrentine é praticamente desconhecido. Pura injustiça.
Na minha colecção Look Out é o único álbum que tenho dele, algo que tenciono corrigir rapidamente.
Foi com este álbum que Turrentine se estreou na mítica Blue Note. Look Out abre o álbum.




Wayne Shorter - Speek no Evil (Blue Note)
Primus inter pares. Wayne Shorter é lendário. De todos os tenores que ouvi hoje é o único que ainda está vivo. Vai fazer 83 anos este ano, a 25 de Agosto.
Em 2013 lançou Without a Net, considerado um dos melhores álbuns de jazz desse ano e também da sua carreira.

Shorter tocaria como sideman em duas bandas que se tornaram irónica no jazz: os Jazz Messangers do baterista Art Blakely e os Weather Report que ajudaria a formar. Bastante desconhecida é a sua faceta de compositor que tal como a de música é igualmente genial.
Mas é o álbum Speak No Evil que marca e ainda marca a sua carreira.
Igualmente considerado um dos cem álbuns mais importantes da história do jazz. Muitos afirmam que é por causa dele que Shorter se torna lendário.
A mulher que surge na capa é a sua primeira mulher, Irene Teruka.
Fee-Fi-Fo-Fum é uma delícia.





Após um dia inteiro a ouvir estes gigantes do jazz, não há segunda feira que meta medo :)



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