terça-feira, 3 de novembro de 2015

clausura


clausura

Não sou bom de domar
nem de estar num cercado
não sou fácil de agarrar
e menos de estar atado

Não me segurem a mão
para me impedir de voar
ou me atirem para o chão
pr´o mundo não olhar

Não tolham o meu respirar
a olhar para fora da janela
impossível é o sussurrar
do silêncio que me flagela

Não me atirem para as gavetas
ou para os espaços fechados
são longas e pesadas as grilhetas
prendem os meus pés enlaçados

Gritam as asas arrancadas
a olhar o monte de penas caídas
as fúrias partem à desgarrada
quando antes estavam sustidas

Sim, é nesse espaço aberto
para o céu percorrer
o que faço está bem certo
para sentir e poder ser.


Inkheart


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