quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Joni Mitchell sopra hoje 70 velas


É uma versão espantosa de Both Sides da própria Joni Mitchell com duas lendas vivas do jazz - Wayne Shorter no saxofone e Herbie Hancock no piano.

Joni Mitchel canta em Both Sides, a vida. A plenitude da vida. Canta os encantos e desencantos, os sonhos construídos, os sorrisos que perdeu, as lágrimas que ganhou.
Sabe que ao passar pela vida há ganhos e perdas. É uma moeda de duas faces em que ambas têm que ser conhecidas. Andou no topo das montanhas e caminhou nas agruras escuras dos abismos.  
Canta a experiência da vida, as mudanças que ela lhe causou sem que as tivesse percebido.
Sente que não conhece a vida, apesar de a ter vivido. Recorre às ilusões para sobreviver a ela.
Afirma que de todo não conhece a vida. Acredita que não. É preciso que ela acabe, para a percebermos.

No entanto canta a amargura com grande doçura, canta a desilusão sem desilusão, segura do que lhe aconteceu é o que tinha que acontecer.
Canta sem lágrimas, mas é o saxofone de Wayne Shorter que chora por ela, por nós.
No fim, quando a canção acaba toda a gente se verga, nós nos vergamos, perante a beleza e o enlevo da música, perante o sentimento, perante a emoção que cada silaba da letra cantada pela voz de Joni Mitchel carrega em si.

Pessoalmente para que a canção não acabe, faço replay, replay, replay. E amanhã farei mais uns quantos deles.

Faz hoje 70 anos. Parabéns Joni :)




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