terça-feira, 24 de julho de 2012

mesmo ao virar da esquina





Soou como um pré-aviso de greve.
Ainda não aconteceu, mas vai acontecer. Pode ser desconvocada mas sabemos que usualmente não é.
Foi assim que percebi as palavras que o ministro da economia alemão, Philip Rosler, numa declaração à televisão pública alemã ARD - a saída da Grécia do euro é possível e já não assusta.

Mas também soaram a vampirismo, como se esta já tivesse sido sugada pelos seus cre(preda)dores e pronta para ser largada.

O FMI confirma esta ideia, porque também já disse que as "ajudas financeiras" à Grécia podem cessar. Setembro é o mês anunciado.

Não tenho grandes dúvidas que Portugal seguirá o mesmo caminho. Um dia será "largado" e também sairá do euro. É uma questão de tempo.
Quando isso acontecer a Europa terá deixado atrás de si duas carcaças exangues e destruídas.
O fim do euro e da eurozona está cada vez mais ao virar da esquina.
Espanha caminha a passo largos para o resgate e previsivelmente a Itália será mais um vez uma questão de tempo. Serão mais duas vítimas da "solidariedade" europeia.

Só há algo que não percebo. Qual o interesse disto?
A Alemanha (tal como os países nórdicos e Holanda) no médio prazo sofrerá as consequências directas do fim do euro. Foram os países do sul da Europa, estes mesmos que ela está ajudar a dissecar que a alimentaram e a fizeram crescer. Ficarão sem a sua fonte de crescimento.

Com a saída do euro da Grécia, toda a europa do sul arrisca-se (certamente) a sair também.
A globalização tratará do contágio para a europa central e do norte. A confiança dos mercados financeiros nos esteios europeus estará (ainda mais) minada.
Muito recentemente a Moody's já veio avisar que, para além da França, países como a Alemanha, a Holanda e o Luxemburgo podem ver os seus AAA - nível máximo de confiança no pagamento da dívida soberana - em risco.

Após o caos inicial de mudança das suas moedas, estes países "expulsos", recuperarão a sua soberania, perdida com a adesão ao euro, e poderão de novo obter o controlo dos seus destinos financeiros.
Uma das coisas que provavelmente farão no imediato será proceder à desvalorização das novas moedas nacionais.

O que se prevê com este acto, será a valorização do novo marco alemão/ novo euro, se se constituir uma eurozona de elite.
Será que a Alemanha ou esse exclusivo clube VIP do euro, manterá ainda a sua competitividade com uma moeda tão cara depois do fim da moeda única?


Entretanto há quem diga para se ir enchendo a dispensa como produtos com prazo de validade posterior a 2013, e ir guardando alguns euros debaixo da cama durante o período de transição.
Para que se possa ter moeda para fazer pagamentos, porque o que estiver depositado, já não sairá de lá tão cedo.
É de esperar que quando o euro acabar, o governo não terá tempo, ou não terá sabido preparar suavemente o fim da moeda europeia.
O que não será surpreendente.

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