terça-feira, 6 de março de 2012

Grande Ecrã - Extremamente Alto, Incrivelmente Perto


É difícil para mim dizer se gostei ou não de Extremamente Alto, Incrivelmente Perto.
O filme é longo, algo monótono e com um fim previsível.
Todas as questões colocadas, todas as pontas soltas do filme, são explicadas e todos os desafios e medos são vencidos.
Em contrapartida, tem um excelente argumento, está bem filmado e um trabalho de actores muito bom.

Destaque para Thomas Horn (que carrega o filme às costas), o miúdo que perde o pai no ataque às torres gémeas do World Trade Center, para Sandra Bullock, a mãe de Oskar Schell, incompreendida por este e a melhor performance deste filme, sem margem para dúvida é a do espectacular Max von Sydow. O fascinante Inquilino que se tornará (e é!) o segundo pai para Oskar e que algo injustamente perdeu o óscar de melhor actor secundário para Christopher Plummer.

Partindo dos atentados do 11 de Setembro, Extremamente Alto, Incrivelmente Perto do britânico Stephen Daldry, não é mais um filme sobre este negro dia, mas é acima de tudo um filme sobre violentas e traumáticas perdas pessoais.
Qual o peso que elas têm nos nossos actos e vidas, a nossa (in)capacidade de lidar com elas e a necessidade de as compreender e conferir-lhes um significado.

Após a perda do pai nas torres gémeas do World Trade Center, Oskar encontra acidentalmente uma chave dentro de um pequeno envelope identificado com o nome Black.
Obcecado em encontrar o significado da chave e descobrir o que ela abre, Oskar vai tentar contactar com todas as pessoas de apelido Black de Nova Iorque e ao entrar nas suas vidas pessoais, percorre dessa maneira uma espécie de via sacra de aprendizagem - com o Inquilino assumir o papel de mentor de Oskar a partir de determinado momento - que terminará na aceitação da morte do pai e do facto de ele não voltar mais.

Feitas as contas, Extremamente Alto, Incrivelmente Perto que esteve nomeado para o óscar de melhor filme, não sendo um bom filme, talvez seja um filme a ver (nem que seja por von Sydow), porque através da deriva que Oskar Schell sente na sua vida e da necessidade de lhe dar um sentido e uma explicação para a sua perda, ele fala connosco.

À semelhança de Oskar, todos nós em determinado momento da nossa vida já perdemos algo que não compreendemos porquê e que nos marca ou marcou a nossa vida, ou então conhecemos alguém a quem já isso aconteceu.




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