quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Grande Ecrã - Planeta dos Macacos: A Origem


É um filme que vive claramente dos efeitos especiais. São do mais alto nível e são eles que comandam o filme.
Um dos melhores momentos do filme pertence-lhes. Não particularmente pela dinâmica da acção, mas pela sua qualidade.
É a "invasão" da ponte Golden Gate (cidade de São Francisco) por parte dos símios revoltados, que é magistral nos efeitos, sabendo até a pouco. Mais uns minutitos e não se perdia nada.

Mas existe um pecado mortal no filme Planeta dos Macacos: A Origem.


A equipa de efeitos especiais (Weta Digital) não resistiu ao apelo de humanizar demasiadamente os chimpanzés. Particularmente as suas feições.
Não conseguimos abstrair que na verdade não estamos a ver um símio, mas sim quase um humano. Uma versão rude e inacabada de nós próprios.

Tenho por referência - e comparação - um outro primata criado igualmente pela Weta Digital, King Kong.
É impossível não ter uma identificação e afeição enorme por este animal, sem no entanto nos esquecermos nem por um instante que ele é genuinamente um gorila.
Quem viu King Kong certamente que percebe o que pretendo transmitir com esta comparação.

James Franco é neutro como no seu papel do cientista Will Rodman. Está longe da excelência de 127 Horas.
Com o pretexto de encontrar uma cura para a doença de Alzheimer é ele que desenvolve a fórmula que ao ser testada em chimpanzés irá proporcionar a estes uma inteligência igual à humana.

César, o chimpanzé protegido por Will Rodman que ao longo do filme o vemos a crescer e a evoluir, é o melhor do filme.
É ele que consegue em determinados momentos atrair a nossa simpatia. Particularmente no momento em que é capturado e levado para um centro de recolha de símios. E vamos progressivamente assistir ao nascer da raiva que o tornará líder da revolta que os irá libertar.

Freida Pinto no papel de namorada de Will é praticamente inexistente e John Lithgow enquanto pai do mesmo e que sofre da doença de Alzheimer fica uns furos acima de Freida mas sem no entanto convencer.

O argumento é linear e simples. Consegue ser verosímil sem exigir muita atenção do espectador.
E para quem viu os vários Planetas dos Macacos que foram surgindo no cinema - a primeira versão data de 1968 -  fica com a clara sensação que os macacos dominaram a humanidade pela sua tecnologia e inteligência.
Mas não. Os símios ganharam ascendência e tornaram-se a raça dominante no planeta, apenas porque os humanos quiseram brincar aos Deuses e pagaram o supremo preço: a sua própria extinção.







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