quinta-feira, 17 de março de 2011

politiquices


Sócrates num curto espaço de tempo foi censurado 3 vezes.

A primeira pelo Bloco de Esquerda. Na verdade, esta moção de censura estava condenada ao fracasso logo à nascença. Fundamentada em premissas erradas, serviu para dar visibilidade ao BE e pouco mais. Irrelevante. Sócrates não lhe deu importância e talvez bem.
A segunda, mais séria, pertence a Cavaco Silva no discurso da tomada de posse do seu segundo mandato. Disse o que vai na alma dos portugueses e causou incómodo nas hostes do PS.
A terceira, aquela que mais devia ter incomodado Sócrates, foi a manifestação Geração à Rasca que se traduziu verdadeiramente por um País à Rasca. Centenas de milhar de pessoas desfilaram em Lisboa e noutras cidades do país.

No rescaldo destas censuras e ignorando-as, o governo apresenta o PEC 4, um novo plano de medidas de austeridade.


Previamente acertadas com a UE/ BCE, Sócrates argumentou que eram as medidas necessárias para obter o apoio financeiro tão necessário da Europa.
Mas foi no entanto o acto mais deselegante que Sócrates teve para com o país até ao momento.
Não falou com a Concertação Social, não falou com Presidente da República, não falou com o Parlamento e nem sequer com alguns dos seus próprios ministros.
Apresentou as novas medidas como um dado adquirido, mesmo sabendo que precisaria da aprovação do Parlamento para que elas passassem.
Pedro Passos Coelhos reafirmou que não aprova o PEC 4. A restante oposição alinha pelo mesmo diapasão.
Sócrates chantageia o parlamento e diz que se o PEC 4 não for aprovado demite-se e há eleições antecipadas com a consequente quebra do financiamento do país. Afirma que o esforço financeiro feito por Portugal até agora vai por água abaixo, perde a credibilidade junto dos mercados internacionais e fica colocada em causa a capacidade do país honrar os seus compromissos financeiros.

É uma fuga para a frente. Uma vez que recentemente a Moody's baixou o rating de Portugal da dívida portuguesa em 2 níveis, mesmo com três PECs aprovados e com um quarto já planeado.
A desconfiança dos mercados financeiros continua a aumentar no que respeita à capacidade de Portugal ser capaz de cumprir os seus compromissos. Não será o anúncio de novas medidas de austeridade que vai inverter a situação
O facto é que Teixeira dos Santos tinha estabelecido um tecto de 7% de juros para a intervenção do FMI e há vários meses que os juros estão paulatinamente a subir e neste momento rondam os 8%.
É muito falacioso e patético afirmar que os juros estão a subir devido ao clima de incerteza política e pela possibilidade de eleições antecipadas causadas pela quase certa reprovação do PEC 4.

Sócrates nem sequer pode invocar a confiança dos mercados ou a necessidade de consolidação orçamental, para defender o novo PEC. Será mais do mesmo e outros virão.

Quanto à ideia de ver Sócrates a candidatar-se mais uma vez a Primeiro Ministro em caso de eleições antecipadas como afirmou à SIC, é mau demais para ser verdade.
E inacreditável também.

1 comentário:

  1. Espero que os milhares de pessoas que protestaram na Avª da Liberdade traduzam esse protesto em votos!

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