terça-feira, 14 de setembro de 2010

os Papas não são santos




Neste artigo do ionline, desfilam uma grande variedade de crimes sexuais cometidos pelo diversos Papas ao longo da história da Igreja, que constam num livro do jornalista peruano Eric Frattini, chamado "Os Papas e o sexo".
Cada um é deles pior que o outro. É como consultar um catálogo de delitos sexuais. Como diria o povo: "venha o diabo e escolha". Incesto, violação, pedófilia e até zoofília, tudo já foi praticado. Inclusivamente Papas que são filhos de Papas(!).

A questão é que os Papas são homens não são santos. E enquanto tal, têm os defeitos e virtudes de qualquer homem.
O problema é que a Igreja Católica e eles próprios assumem-se como modelos, como norteadores de conduta moral e é aqui que falham redondamente e descredibilizam toda uma instituição. Aquilo que já é considerado como comportamento desviante num indíduo dito normal, é escandaloso quando se trata de um Papa.
Depois há ainda a questão do celibato imposto ao clérigo. O que mais uma vez é um enorme potencial factor de falhanço de conduta moral.
Não está natureza do Homem a ausência de estímulos sexuais, a privação de vida sexual, o seu recalcamento. O sexo é considerado uma necessidade básica, um necessidade primária reconhecida pela Organização Mundial de Saúde.
Seria curioso perceber quanto dos membros da Igreja que assumiram os votos de celibato, o fariam verdadeiramente se não fossem forçados a isso. E que alterações tal acto provocaria na sua vida e conduta religiosa.

A detenção do poder e da justiça espiritual, muitas vezes superior ao da dita terrena, se situarem quase acima da justiça igualmente terrena, se movimentarem em esferas secretas e herméticas ao exterior, a alta influência que possuem perante os seus fieis e a capacidade de manipular espiritualmente e instalar temor nos seus crentes, é tentador e fácil para estes homens tornarem-se predadores sexuais.

Desde tempos mais ou menos recuados e tal como agora nos nossos dias, a Igreja tem castigado alguns destes crimes, ignorado muitos e protegido outros. Chegando até, segundo Frattini, ao cumulo de canonizar alguns destes Papas.
Compreende-se o corporativismo noutro tipo de actividades e classes profissionais. Mas não quando se pretende reger a espiritualidade dos Homens.
É uma atitude cínica, que tem perdurado desde sempre numa instituição que pretende e se assume como líder espiritual de milhões de católicos.

Creio que a Igreja falha naquilo que é mais natural, o que é mais óbvio: não permitir que o clero, todo ele, seja aquilo que são, homens. Na sua plenitude.
Se assim fosse, tirando um ou outro pecadito, um pouco mais terrenos e aceitáveis (ambição política e poder económico), a Igreja poderia ser vista efectivamente como uma instituição próxima dos Homens e mais próxima dos seus problemas.
Digna de ser ouvida, de ser seguida e admirada. Numa palavra, credível.



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