quinta-feira, 12 de novembro de 2009

algo...


Por vezes entra pela porta da nossa vida algo que mexe profundamente connosco, algo que sentimos que foi feito a pensar em nós, algo que não nos cansamos de ver, tocar, cheirar ou de ouvir.

É algo que amansa e acalma os demónios interiores que nos roem, algo que temos que ouvir quando nos preparamos para enfrentar uma tempestade e algo que gostamos de ouvir quando finalmente celebramos a chegada da bonança.


Literalmente, através das mãos de António Pinho Vargas e sob a forma e som de um piano, os seus dois Solos (I e II) são claramente um desses poderosos "algos" que entraram pela porta da minha vida.

Nascido em 1951 e licenciado em História, António Pinho Vargas preenche e aconchega a nossa alma com paisagens sonoras plenas de intimidade, nostalgia e paz.
No final, fica-se com a esperança e sensação que talvez a Humanidade não seja tão mesquinha, destruidora e auto-destruidora quanto pensamos e que ainda há esperança e redenção para ela.
Não deixa de ser desconcertante pensar que as "imperfeições" (de 1 a 4), títulos dados a cada um dos cds que compõem os dois Solos (ambos cds duplos) soem, e perdoem o cliché… a perfeição.

Para ouvir de olhos suavemente fechados e com um sorriso de deleite nos lábios. Vezes e vezes sem conta.


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